As aulas no colégio Alfredo Amorim foram deveras
curiosas. No primeiro momento os alunos apresentaram resistência , e um
comportamento peculiar, mas com o tempo começaram a interagir e “compreender” o
processo no sentido de se entregarem mais ( a grande maioria).
Nas primeiras aulas iniciamos um processo de aproximação
e jogos de teatro e conhecimento e respeito do outro. As aulas seguintes, além
de breves palestras sobre temas pesquisados (pintura e maquiagem indígena/ improvisação cênica) dialogamos sobre o que é cada coisa e qual
a sua funcionalidade no teatro. Foi muito rico, pois eles disseram o que
pesquisaram e o que entenderam de tudo.
No processoprático, inicialmente foi um tanto agressivo,
principalmente as aulas que envolviam de alguma forma o contato com o corpo com
o colega, e esse respeito foi o que mais conversamos e trabalhamos.
Trabalhamos atenção, prontidão e espaço, além de jogos de
improvisação.
Fiquei especialmente incomodada e curiosa, pelo fato de
em todas as improvisações acabarem abordando de diversas formas o tema:
violência.
Usamos um esquema de
sorteio, porém se refletia neles de uma forma intrínseca por mais que pudessem
abordar milhões de possibilidades o desejo de reprodução de cenas de violência,
o que para mim é muito doloroso, pois possivelmente foi um reflexo de suas
condições sociais, o que torna as coisas delicadas de avaliar e trabalhar.
Os processos seguintes,
foram melhores, conseguimos ensaiar/ praticar as cenas e ter uma amostragem
final com envolvimento de todos os alunos, onde já pudemos observar maior
envolvimento e comprometimento de todos com a proposta, além e sobretudo, de maior
compreensão com o corpo/limites/espaço dos colegas e respeito com os mesmos.
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