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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

ARTIGO SOBRE A EXPERIÊNCIA PIBID NO COLEGIO ODORICO TAVARES- Ingrid Lago




RESUMO
Através desse artigo pretendemos demonstrar a importância do PIBID na formação inicial do professor de Teatro e para a aproximação da licencianda em Teatro, da vida cotidiana dos alunos do Ensino Médio do colégio estadual Odorico Tavares em Salvador. Acompanhamos o crescimento pessoal que o jogo teatral, aplicado em sala de aula, proporciona ao estudante e à sua vida educacional como um todo.  O questionamento que nos induz à pesquisa diz respeito à capacidade dos jogos teatrais e da Recepção em estimular uma formação cidadã e a confiança compartilhada. Como bolsista licencianda do PIBID-Teatro, desenvolvemos, com os alunos jogos de integração, onde trabalhamos a confiança mútua durante as aulas. Observamos que a confiança do grupo se encontra em processo de expansão,pois,  acreditam mais uns nos outros, e no trabalho que executam e investem nos resultados, num retorno altamente positivo.  Com a utilização de diários de bordo e de rodas de conversa, propomos jogos teatrais, e ao final de cada aula, exercitamos o diálogo, num momento de reflexão grupal. Novos laços são criados, entre os alunos, e entre alunos e a bolsista, a cada dia em que experimentamos os jogos e a Recepção Teatral, assim, neste trabalho, serão amplamente visitados, teóricos a exemplo de Walon, Piaget, Spolin, Boal, entre outros. A metodologia empregada é pesquisa-açãocom o total envolvimento do pesquisador.
PALAVRAS CHAVE: Pibid-Tearo; Confiança, Educação, Aprendizagem.

 Durante o período trabalhado no Colégio Odorico Tavares, pude observar o quanto os alunos desenvolvem senso individual, principalmente no caso da turma que lecionei que era de 1° ano do ensino médio, uma nova serie grande parte vindos de outros colégios, as novas amizades, novo ambiente, novo sistema, entre outros.
Notando o grande estranhamento que havia entre eles, principalmente porque havia apenas alguns meses que as aulas haviam começado e por questões individuais mesmo, iniciei meus trabalhos, pois assim como era para eles, eu também estava chegando em um ambiente totalmente novo.
No primeiro mês, trabalhamos com jogos de apresentação, este primeiro momento foi um momento onde dissermos quem somos e o que queríamos através destes jogos e conversas, foi um inicio de planejamento futuro, onde eles também expuseram seus passados através de histórias da infância.
Durante o mês, reaprendemos a caminhar, falar e ouvir aprendemos a cuidar do corpo do outro, a cuidar do outro. Para isso jogos de apropriação do espaço e cuidado com objeto foram utilizados.
Já no mês de maio, quando já sabíamos quem cada um era, o que por incrível que pareça eles não sabiam quando iniciamos os trabalhos, começamos a trabalhar caminhada com um fator muito agravante: o texto, como colocar este texto em jogo?
O texto como pretexto, foi a partir daí que fizemos nossa primeira improvisação, onde trabalhamos com fragmento de textos distintos nos baseando neles para uma cena.
Trabalhamos isso durante o mês inteiro, mas com variações no jogo, onde cada vez mais eles tinham domínio das improvisações nas mais variadas situações, inclusive demonstravam opinião crítica sobre os temas abordados, que geralmente estavam relacionados a problemas na sociedade.
No mês de junho, já que havíamos iniciado os trabalhos com fragmentos de texto e questões sociais, utilizei objetos como pretexto para um trabalho introspectivo, onde eles interagiram com alguns objetos com significado de resgate de memorias, como : Bonecas, Porta-retratos(sem foto), relógios, chaves, e entre esses objetos, utilizei frases de desastres que estavam ocorrendo no mundo no período ( como o sequestro das meninas africanas para não frequentarem a escola), enquanto eles interagiam, utilizei músicas, como as Bachianas Brasileiras para estimular o contato. Foi uma experiencia fantástica, pois eles interagiram com o objeto de uma forma tão intima, tomaram posse, se aquietaram, como poucas vezes eu consegui, eles tornaram aquilo real, cada um em sua viagem, em sua história... Feito isso, houve um momento de trazê-los para a realidade novamente, com todo cuidado, onde fizemos uma roda de conversa sobre o que aquilo significou... Foi lindo, pois eu não dei nenhum comando, apenas “Interajam com o objeto”, e eles contaram histórias da vida deles, compartilharam sonhos, mostraram-se inquietos às frases de impacto que apresentei, discutiram política ( Anteriormente pedi que eles pesquisassem o que estava acontecendo no mundo), e a partir daí fomentamos nossa conversa. Esse foi apenas um de uma sequência de exercícios introspectivos..z
Foi excepcional, para mim e para eles, se o ato já foi uma coisa excepcional, ler o que escreveram no diário me trouxe ainda mais alegria, satisfação e fé.
 Em julho, trabalhamos jogos de atenção, percepção e iniciativa, foi onde iniciamos também um processo de contação de histórias/ memorias, num jogo onde se iniciava a contação e uma palavra inspirava um colega a partir daí surgiram vários casos, várias lembranças.
Em agosto trabalhamos novamente o texto como pretexto, mas desta vez exprimindo emoções, em vários exercícios, desenvolvemos uns jogos enfatizando emoções diferentes: ora ódio, ora amor, ora pena, ora culpa, ora medo, entre outros, tudo isso utilizando-se do fragmento do texto, no caso utilizamos a peça em um ato “Fala comigo como a chuva e me deixa ouvir, de Tennense Williams. Foi a primeira vez q eles tiveram contato com um texto dramático.
A partir daí iniciamos um processo onde criamos imagens com o corpo, e ai notei o quanto eles estavam comprometidos com o processo e com o outro, que acima de tudo era o objetivo, formar amigos e foi o que vi, eles se conhecerem, se cuidarem, e respeitarem uns aos outros e ao processo.
Quanto à minha experiência, bem, acho que foi mais do que enriquecedor, foi magico, pois foi mais um desafio enquanto graduanda. Foi muito importante no sentido de que eu também não tive apenas alunos, formei amigos, companheiros. Adolescentes que mesmo com problemas sociais, problemas que eu também enfrento, acordavam cedo para pegar a minha aula as sete e meia da manhã, espantando a preguiça, esquecendo sei lá quais problemas para estarem ali. E que fizeram de mim amiga também, pois como dizem professores são amigos, psicólogos, médicos entre outras mil profissões em uma. E assim, encerrei a experiência PIBID que mais me enriqueceu até o momento, espero isso de todas as que virão.

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