FICHAMENTO
DO TEXTO:
O
fichamento abaixo foi realizado Capítulo 2 do livro METODOLOGIA DO ENSINO NO TEATRO, da página 69 à 93.
JAPIASSU,
Ricardo. Metodologia do Ensino no
Teatro. Papirus, 6ª Ed.
“Esta obra apresenta as raízes
epistemológicas de algumas das principais abordagens brasileiras do teatro na
educação e suas implicações pedagógicas, contextualizando-as no âmbito da
obrigatoriedade do ensino de artes na educação básica nacional.” (paragrafo 1
do resumo do livro)
“A seguir, descrevo procedimentos
operacionais adotados em escola da rede pública estadual de São Paulo, nos
quais trabalhamos, sob minha responsabilidade, com a experiência de uma
proposta metodológica para o ensino do teatro ancorada no sistema de jogos
teatrais de Spolin.” (parágrafo 1 da página 69).
“As sessões de trabalho com os jogos
teatrais podem ter a forma de aulas de educação artísticas (teatro), com
duração equivalente a duas aulas “gêmeas” ou “siamesas” (consecutivas) de 50
minutos (Secretaria de Estado da Educação 1998), regularmente oferecidas a cada
semana.”(linha 5 da página 69).
“As aulas, de acordo com o planejamento
que será aqui exposto, foram estruturadas em torno das seguintes noções:” (linha
9 da página 69)
“QUE (ação no jogo teatral) ONDE (espaço
ou lugar da ação no jogo teatral) QUEM (papéis no jogo teatral).” (linha 1da
página 70).
“Essas noções compõe os princípios
fundamentais para a instalação da realidade cênica, quer dizer, da realidade do
signo teatral ou a existência propriamente dita do fenômeno teatral criado com
base no jogo.” ( linha 4 da página 70)
“[...] O planejamento de cada sessão,
como é possível verificar adiante, foi elaborado com clareza de propósitos e
grande objetividade na formulação de procedimentos operacionais.” (linha 17 da
página 70).
“As aulas de teatro ou sessões com jogos
teatrais propostas aqui tendem a seguir uma determinada rotina, uma espécie de
ritual:” (linha 1 da página 71).
“O círculo de discussão (ver figura 1) é
o procedimento que inaugura cada sessão de trabalho com jogos teatrais. [...],
apresentam-se os protocolos referentes }às sessões anteriores e discutem-se as
descobertas realizadas pelo grupo com a prática dos jogos teatrais. [...] O
círculo de discussão funciona também como uma espécie de preparação psicológica
(concentração) para a “passagem” da realidade concreta à realidade cênica ou simbólica,
além, é claro, de constituir um fórum privilegiado de reflexão sobre a práxis
no/do grupo.” (linha 13 da página 71).
“[...], para garantir a palavra a cada
um dos integrantes o grupo, particularmente aos mais tímidos, os depoimentos
foram ordenados no sentido horário ou anti-horário [...]. Ao longo do trabalho,
com a auto-regulação cada vez maior dos estudantes [...], paralelamente ao
desenvolvimento de sua auto-estima e autoconfiança, a ordenação dos depoimentos
é naturalmente suprimida e as enunciações dos alunos passam a ocorrer espontaneamente,
[...].” (linha 22 da página 71).
“[...], quando é possível, solicita-se
aos alunos que retirem os calçados, [...]. Os participantes devem sentar-se
sempre em circulo, um ao lado do outro, todos em cadeiras ou todos no chão – o
que inclui também o professor. [...].” (linha 8 da página 72).
“Em se tratando de crianças das séries iniciais,
pode ocorrer que algumas delas disputem, a principio, ficar ao lado do
professor no circulo. [...]. Essa situação pode ser superada quando o professor
passa a se posicionar no grupo só após todos já estarem sentados escolhendo
sempre uma posição diferente para se colocar na roda a cada vez; uma estratégia
que se revelou eficaz e reduziu a ansiedade das crianças. [...]?” (parágrafo 1
da página 73).
“O importante é circunscrever a área
física em que ele ocorrerá, delimitando-a com clareza.” (linha 24 da página
73).
“Esse espaço físico, delimitado a priori para o jogo, pode – e deve –
variar ao longo das sessões [...]”. (linha 26 da página 73).
“[...] essa variação de localização da
área de jogo tem por objetivo fortalecer a compreensão do caráter convencional
(sígnico), arbitrário (por regras explícitas) e intencional (para observadores)
da comunicação pela linguagem teatral.” (linha 5 da página 74).
“[...] Os protocolos são as coisas que o
aluno quer dizer sobre o que vivenciou nas aulas de teatro. [...] A escolha dos
responsáveis pela confecção do protocolo não é feita exclusivamente pelo
professor. [...].” (parágrafo 2 do subtítulo PROTOCOLO DAS SESSÕES, página 74).
“O protocolo não precisa ser denominado
exclusivamente de “protocolo”. É possível referir-se a ele como “jornal”,
“lembrança”, “memória” ou ainda “história” das coisas que ocorreram na sessão
de trabalho. [...], deve-se esclarecer aos alunos a importância desse
instrumento para acompanhamento e avaliação do processo que será desenvolvido no
grupo.” (linha 24 da página 74).
“A prática sistemática da confecção de
protocolos das sessões de trabalho com jogos teatrais no Brasil foi inaugurada
por Ingrid D. Koudela, com base em estudos dos procedimentos sinalizados por
Bertold Brecht, no bojo de sua teoria da peça didática. [...]”. (linha 1 da
página 76).
“[...], explica-se aos alunos que sua
avaliação nas aulas de teatro será feita com base na frequência, na
participação nas atividades propostas e na apresentação regular dos protocolos
– que documentam as reflexões pessoais e coletivas do grupo. [...].” (linha 13
da página 76).
“Explica-se aos estudantes que podem
utilizar colagens, desenhos, fotos, imagens, adesivos etc. na elaboração de
seus protocolos. A correção, nas primeiras sessões, de eventuais erros
ortográficos, poderá inibir a escrita criativa e interferir negativamente no
desenvolvimento do trabalho com o grupo. Só após os participantes
exercitarem-se no processo de auto-avaliação coletiva é oportuno efetuar as
retificações e, sempre, com muita habilidade.” (linha 11, paragrafo 2 da página
77).
“Pede-se a cada aluno que arquive numa
pasta as suas cópias dos protocolos das sessões de trabalho, organizando uma
espécie de portfólio que, ao final do
processo, constituirá prova, atestado e documento dos processos do aluno e do
grupo no domínio e na fluência da linguagem teatral. [...], para exame e
avaliação da qualidade do registro, da documentação e da organização de cada
estudante.” (linha 18 da página 77, linha 1 da página 78).
“Ás crianças matriculadas na primeira série
e que ainda estão sendo alfabetizadas, pede-se-lhes que procurem escrever o que
for possível (uma letra a menos, [...]), além da produção de desenhos, colagens
etc. [...] o desenho nos protocolos dessas crianças tem muitas vezes a função
especifica de escrita pictográfica, quer dizer, cumpre o papel de marcação
simbólica no auxilio à lembrança dos fatos ocorridos nas sessões. [...]
Trata-se de observá-las como instrumento a serviço do registro simbólico de
eventos ocorridos em sala de aula, como
substituto ou complemento da escrita, sem preocupação de aprofundamento das
possibilidades de tratamento artístico da representação gráfica, pictórica ou
tectônica – como deve ser no ensino das artes plásticas ou visuais.” (linha 6
da página 78).
“Costuma-se introduzir as atividades com
a linguagem teatral por meio de jogos tradicionais infantis, nos quais é
ressaltado algum aspecto original de teatralidade. A teatralização de jogos
tradicionais infantis – desenvolvida inicialmente por Spolin (1975, 1992) no
grupo de Neva Boyd, nas primeiras décadas do século XX, nos Estados Unidos – é
uma área fértil para o trabalho com a linguagem teatral de caráter improvisacional, [...]. Trata-se de
enfatizar, no desenvolvimento de atividades tradicionais infantis, alguns de
seus aspectos originais de teatralidade. [...].” (linha 20 da página 78 e linha
1 da página 79).
“[...]. É necessário “cantar” as
instruções reiteradamente durante o jogo, para lembrar os participantes de seus
papéis.” (linha 19 da página 79).
“As primeiras adaptações de jogos
tradicionais infantis brasileiros à estrutura do sistema de jogos teatrais de
Viola Spolin foram desenvolvidas pelo grupo paulista de pesquisadores em teatro
e educação, particularmente pelo grupo paulista de pesquisadores em teatro e
educação, particularmente por Ingrid Koudela e Maria Lúcia Pupo, auxiliadas por
seus alunos do curso de licenciatura em teatro da ECA/USP. Com base na
experimentação e na investigação das possibilidades de uso da estrutura
fundamental do sistema de jogos teatrais de Viola Spolin [...], foi possível
chegar à formação de instruções precisas, que criavam oportunidade para
engajamento dos jogadores numa atividade teatral espontânea e improvisada,
baseada no jogo tradicional infantil.” (linha 21, página 79 e linha 1 da página
80).
“Tomando por base a moldura de regras
explicitas dos jogos tradicionais infantis, enfatizada por Spolin, alguns
pesquisadores brasileiros da dimensão pedagógica do teatro passaram a investigar
a possibilidade de aproveitamento, por meio de instruções, daqueles aspectos
originalmente teatrais de tais jogos.” (linha 3, página 80)
“[...], os jogos tradicionais infantis
passaram a ser concebidos por mim não apenas como atividades de aquecimento físico
ou direcionadas unicamente para o fortalecimento da noção de cooperação: a
teatralização de jogos tradicionais infantis permite que a criança e o
pré-adolescente experimentem diferentes papéis de maneira prazerosa e, além
disso, possibilita o revezamento de todos
os alunos em cada um dos papéis envolvidos nos jogos.” (linha 16, página 80).
“Os jogos teatrais são atividades
pedagógicas para aquisição, leitura, domínio e fluência da comunicação por meio
do teatro, de uma perspectiva improvisacional
[...] os jogos teatrais constituem desafios [...] apresentando aos jogadores,
na forma de jogos com regras (Spolin
1992).” (linha 23, página 80).
“O
foco ou ponto de concentração do jogador – Os problemas de atuação teatral
propostos aos jogadores necessitam ser apesentados com clareza e objetividade
[...]” (linha 1, página 81).
“A busca de soluções para o problema
cênico colocado para o grupo deve ser necessariamente ativa, quer dizer,
corporal, física, e não apenas intelectual, verbal. [...], se necessário,
reativar a atenção de instruções [...]”. (linha 6, página 81).
“As
instruções ou dicas durante o jogo - Os jogadores não devem interromper suas ações
na área de jogo durante as instruções ou dicas do professor[...]” (linha 14,
página 81).
“O revezamento
das equipes na área de jogo – As equipes se revezam no espaço físico
delimitado arbitrariamente como área de jogo, na tentativa de buscar soluções
cênicas [...]. A área de jogo pode ser qualquer espaço convencionado como tal.
[...]. Quando uma equipe atua na área de jogo, os outros participantes do grupo
a observar com atenção, acompanhando a solução cênica apresentada por seus
componentes no desenvolvimento de suas ações.” (linha 20, página 81).
“O revezamento de equipes na área de
jogo viabiliza o trabalho com a linguagem teatral em classes com grande número
de alunos. [...].” (linha 28, página 81).
“Avaliação
imediatamente após apresentação das soluções cênicas experimentadas – O
tempo para a apresentação das soluções encontradas pelas equipes varia de
acordo com as tentativas de solução experimentadas por seus jogadores. Em
seguida à apresentação de cada equipe, dá-se a avaliação das soluções
encontradas por seus jogadores. [...].” (linha 1, página 82).
“Sobre
o fazer, a apreciação e a contextualização da comunicação teatral no sistema de
jogos de Spolin – Contextualizar, [...], é “estabelecer relações”. [...] a
contextualização pode ser de natureza histórica, social, psicológica etc.
Trata-se de uma forma de conhecimento relativizada, que consiste na construção
de significado por parte do observador da comunidade artística.” (linha 21,
página 82).
“O sistema de jogos teatrais de Spolin
oferece, [...], a possibilidade de desenvolver um ensino de teatro sobre esses
três pilares [...].” (linha 24, página 82).
“Além das avaliações coletivas e auto-avaliações,
que ocorrem imediatamente após a apresentação das soluções cênicas encontradas
pelas equipes, quando for necessário, pode-se convocar o círculo de discussão
[...]”. (linha 40, página 83).
“Perguntas devem ser formuladas pelo
professor e lançadas ao grupo a fim de verificar a qualidade das respostas
apresentadas pelos estudantes. [...]”. (linha 45, página 83).
“[...] o círculo de discussão permite a
deliberação coletiva de normas de conduta e regras de comportamento socialmente
desejadas no grupo. [...] Todo o processo de trabalho é desenvolvido para a
consolidação ou internalização da noção de cooperação,
fundamental para a prática de atividades sociais – com regras explícitas.”
(linha 6, página 84).
“[...] verificação de aprendizado
refere-se a tarefas concretas propostas ao estudante durante o processo
pedagógico [...] a avaliação do aluno envolve tanto as verificações
sistemáticas do aprendizado quanto a frequência e a qualidade da participação
do estudante nas atividades desenvolvidas no processo de trabalho de grupo.”
(linha 28, página 84).
“[...]. A recordação estimulada é um
método de sondagem do pensamento do aluno, desenvolvido por Bloom[...].” (linha
5, página 85).
“[...]. O vídeo-registro é uma ferramenta poderosa para fornecer aos sujeitos
uma visão descentrada de si mesmo, [...].” (linha 16, página 85).
“O vídeo-registro
[...], deve cumprir prioritariamente uma função documental, sem
preocupações de natureza estética no que se refere à produção audiovisual.
[...]” (linha 22, página 85).
“[...] avaliar qualitativamente
significa estabelecer uma reflexão critica constante sobre a prática [...]”
(linha 13, página 86).
“[...]. Advertir o aluno que se recusa a
tomar parte nas atividades na área de jogo, ameaçando-o com baixa pontuação no
item qualidade de participação nas atividades propostas, não resolve o
problema.[...], fatores de ordem emocional ou difusões biológicas interferem na
disposição do estudante para o trabalho. [...]. Não se deve esquecer que o
aluno também aprende observando os companheiros atuarem na área de jogo.”
(linha 12, página 87).
“Com base na estrutura das atividades
lúdicas regradas – que articulam as dimensões legislativa, executiva e
judiciária -, desenvolveu-se o modelo pedagógico adotado como âncora desta
proposta de ensino do teatro. [...].” (linha 9, página 88).
“[...], destacou-se, dentre os conceitos
especificamente teatrais, o conceito de fiscalização
[...]” (linha 22, página 88).
“A fiscalização requer capacidade de
abstração. [...], é uma atividade que implica representação simbólica,
constitui um reflexo de segundo grau ou de segunda ordem, [...].” (linha 1,
página 89).
“[...]. Para os alunos, o trabalho com a
fiscalização de objetos, lugares e papéis dentro do jogo teatral permite
compreender melhor a dimensão representacional, simbólica, do fenômeno
teatral.” ( linha 9, página 90).
“[...], devem-se evitar exposições
verbais da significação de conceitos ou demonstrações corporais de como
solucionar os problemas de atuação propostos.[...].” (linha 6, página 91).
“O trabalho pedagógico teatral com o
conceito de fiscalização pode ser desenvolvido em qualquer ambiente escolar,
até mesmo naqueles de extrema carência material [...].” (linha 13, página 91)
“[...]. O planejamento de atividades
para uma aula muitas vezes não pode ser cumprido como desejamos.[...]”. (linha
6, página 92).
“[...]., torna-se fundamental respeitar
o ritmo de aprendizagem dos alunos.” (linha 25, página 92).
“[...]. As aulas de teatro se
desenvolveram paralela, ininterrupta e independentemente dessas atividades
extraclasse de natureza teatral.” (linha 9, página 93).
2 comentários:
OI, MEU NOME É DAIANE E TAMBÉM SOU PIBID DA UECE NO CEARÁ. ESSE FICHAMENTO ESTÁ MARAVILHOSO, ME AJUDOU MUITO EM UM OUTRO TRABALHO DA FACULDADE NA DISCIPLINA DE ESTÁGIO
parabéns!!! muito bom
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