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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Fichamento: A escola no Teatro e o Teatro na escola


Fichamento: A escola no Teatro e o Teatro na escola

Fichamento do livro A escola no Teatro e o Teatro na escola de Beatriz Taís Ferreira, publicado em Porto Alegre, pela editora Mediação, no ano de 2006.


“Este livro fala de teatro. Este livro fala de crianças. Este livro deixa as crianças falarem de teatro. De teatro, de televisão, de cinema, de circo, de brincadeiras, de diferentes linguagens...”. (pag. 7).
Este pequeno trecho revela de forma poética do que se tratará os trechos a seguir.

“Assim, o que aqui apresento em formato de texto é o meu olhar reflexivo (de professora/atriz) sobre as experiências de um grupo de crianças espectadoras como um espetáculo de teatro infantil (e com a linguagem teatral em maior amplitude).”. (pag. 7).
A autora deixa claro que sua ideia é apresentar o que por ela foi visto, analisado, seu trabalho nada mais é que um relato de experiências.

“[...] – penso que o teatro não precisa ser educativo para educa. Teatro é educação, é “pedagogia cultural” que veicula sentidos e discursos, que exercita, primordialmente, a imaginação, tanto em atores e diretores quanto nos espectadores, em todos que lançam seus esforços para a realização do fazer teatral. [...].”. (pag. 15).
Neste trecho a autora desenvolve um conceito interessante, a que ponto o teatro precisa ser educativo? E o que seria educativo dentro de um teatro? Acreditando no além dos palcos a autora discorre a aprendizagem que o teatro desenvolve em seu sentido mais amplo.

“[...]. Não só o teatro é produto cultural presente nas escolas: o cinema, a música, os quadrinhos e a literatura também são considerados ricos “instrumentos” para o ensino na contemporaneidade.”. (pag. 17).
A autora evidencia neste ponto algo importante, as linguagens artísticas presentes dentro da escola, nos fazendo refletir perante a necessidade de ligação entre elas.

“O didatismo e o cunho comercial de grande parte das produções teatrais para crianças estão intimamente ligados, sendo que o primeiro serve como legitimador do segundo.”. (pag. 19).
O teatro infantil tem se tornado além de extremamente didático, uma via de comercialização para escolas, creches, festinhas, enfim as pessoas acreditam fielmente no cunho educacional do teatro. Isso me faz refletir: Até que ponto isso é ruim?

“O teatro para crianças, que nos anos 50 e 60 do século XX era essencialmente feito por grupos amadores e domésticos, começa a se profissionalizar a partir de 1970 (Pupo, 1991), [...].”. (pag. 21).
Este trecho reflete o anterior, porém trata-se de um momento importante na história do teatro para crianças.

“Ao longo de alguns verbetes de seu “Dicionário de Teatro”, Pavis (1999) situa o espectador em um espaço de ação e define recepção teatral como atitude e atividade do espectador diante do espetáculo; maneira pela qual ele usa os materiais fornecidos pela cena para fazer deles uma experiência estética (Pavis, 1999, p. 329). [...].”. (pag. 33).
Neste trecho a autora cita Pavis para situar a posição do espectador e definir de forma clara o que seria recepção teatral.

“[...]? Na completa impossibilidade de tentar demonstrar a relação das crianças com o teatro para elas realizado abrangendo uma grande variabilidade de “situações/construções de infância, optei por trabalhar em um contexto especifico de recepção: a escola.”. (pag. 42).
Neste trecho a autora explica o porquê da escolha pelo ambiente escolar.

“Com o objetivo de refletir e discutir acerca das experiências de um grupo de crianças espectadoras com a linguagem teatral, ou o teatro “linguagem”, na contemporaneidade – faço uso do conceito de “mediações”, para analisar os dados registrados.”. (pag. 49).
A autora deixa claro o método utilizado para analisar os dados que por ela são registrados.

“As questões de gênero fizeram-se presentes em muitos dos jogos e conversas com as crianças e entre elas próprias. [...].”. (pag. 54).
Acredito que este ponto seja sempre complicado de se trabalhar em sala de aula, optei em marca-lo por ter grandes dificuldades com estes aspectos; se as questões fossem partidas das crianças e só precisem da minha opinião seria simples, mas estamos falando de crianças que encontro uma vez por semana, que convivem numa sociedade, num meio cultural e social que se diferem, e os certos de alguns são errados para outros. Como desenvolver um trabalho prático, corporal, com crianças (principalmente meninos) que não gostam de se tocar?

“[...]. No entanto, também é possível encaminhar algumas reflexões no sentido de se perceber que como se vem salientando ao longo deste livro, a força e o cerne da linguagem teatral residem no contato direto entre público e artistas, na relação praticamente corporal, na sensoriedade que se estabelece no espaço entre eles. [...].”. (pag. 89).
Neste ponto a autora evidencia um aspecto importante que vem sendo colocado durante os escritos de seu livro.

“[...]. Devem o espetáculo e o teatro linguagem incitar o espectador, e o conjunto de espectadores que denominamos público, a lançar-se no espaço efêmero e desconhecido do “entre”. Tampouco assim teremos a certeza da experiência, que pode ou não marcar com seus traços o processo de recepção.”. (pag. 90).
A participação do público completa o espetáculo, e espera-se que o espetáculo faça o mesmo com o público, no nosso caso com os alunos.

“Dessa forma, trago a este espaço de reflexão a possibilidade das crianças construírem – e serem constituídas por – processos de recepção híbridos. Entendo a recepção à maneira de Orozco (1991), como processo complexo, conflituosos e contraditório, que antecede e extrapola o momento efêmero do contato com o artefato.”. (pag. 118).
Em toda a sua obra a autora trás conceitos relacionados a mediação, aborda autores que tratam da questão, e neste trecho a mesma deixa evidente a maneira da qual entende a recepção.

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