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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

FICHAMENTO

LIVRO: A Escola e o Teatro, O Teatro e a Escola
AUTORA: Taís Ferreira
BOLSISTA: Liliane Pires
REFERENCIA: CABRAL, Beatriz. Drama Como Método de ensino. São Paulo: Editora Hucitec: Edições Mandacaru, 2006. (pedagogia do Teatro)


FICHAMENTO


“Apresento assim os personagens, os cenários e algumas das ações que instigam minhas vontades de pesquisar: o espaço que se constrói entre as crianças espectadoras, o teatro e a escola. Neste triângulo (não muito equilátero) reside o que poderia nomear como meu objeto de pesquisa. No entanto, (...) Há no campo teatral traços do campo da educação, bem como as crianças e suas (im)prováveis infâncias constituem e são constituídas também por meio destes artefatos e práticas: da escola, da cultura, das histórias que inventamos, naturalizamos e que tornamos verdades.” (p.11-12, l.30)

“Questões como a apreciação estética, a formação de plateias ativas e conscientes e análise crítica dos espetáculos passam muito longe do horizonte de expectativas da maioria dos professores e coordenadores pedagógicos em relação ao teatro ao qual os alunos assistem e ao valor que estas experiências podem ter na vivência destes.” (p.17, l.17)

“O didatismo e o cunho comercial de grande parte das produções teatrais para crianças estão intimamente ligados, sendo que o primeiro serve como legitimador do segundo.” (p.19, l.04)

“Assim sendo, ainda que o número de escolas com professoras capacitados a trabalharem com teatro seja incipiente, a maioria das crianças tem suas primeiras atuações nos ditos teatrinhos, durante o período em que frequentam a educação infantil.” (p.22, l.33)

“O espetáculo teatral, não o tomo enquanto obra de arte, ou acontecimento artístico, e sim com um produto cultural, veiculado em uma linguagem específica (a linguagem teatral) e inserido em um circuito de produção, circulação e consumo culturais.” (p.28, l.07)

“No caso do teatro infantil, pode-se inferir que a comunidade de apropriação privilegiada das crianças espectadoras é a escola. (...) Portanto, a escola apresenta-se, neste estudo de recepção teatral, como uma mediação institucional e como a comunidade de apropriação.” (p.30, l.11)

“O desejo foi estar perto o suficiente para perceber e sentir suas falas, palavras, desenhos, gestos e ações. Para que pudesse correr os riscos da proximidade, surpreender-me com o banal, ver de outros modos o já visto tantas vezes: crianças em relação com o teatro. Contar a(s) história(s) de meu olhar pelo olhar das crianças espectadoras.” (p.39, l.21)

“Quando jogávamos, conversávamos e desenhávamos sobre o teatro, narrando nossas experiências, nossos quereres, estávamos também nos constituindo em relação ao teatro, tema central de nossos debates no curto espaço-tempo em que convivemos.” (p.41, l.23)

“Entre mediações de referência, contextuais e linguísticas, situacionais, institucionais e pessoais, pude listar as principais mediações encontradas, um exercício que possibilitará ao leitor visualizar melhor o material que será apresentado. Durante o estabelecimento destes procedimentos de cunho analítico-metodológico, tive sempre a finalidade central deste trabalho em mente: refletir acerca das experiências entre as crianças espectadoras e a linguagem teatral, balizada pelas mediações que interpolam e atravessam este espaço de co-autoria e de criação, que é o espaço da recepção.” (p.49, l.20)

“No entanto, também é possível encaminhar algumas reflexões no sentido de se perceber que, como se vem salientando ao longo deste livro, a força e o cerne da linguagem teatral residem no contato direto entre público e artistas, na relação praticamente corporal, na sensoriedade que se estabelece no espaço entre eles.” (p.89, l.06)

“Devem o espetáculo e o teatro linguagem incitar o espectador, e o conjunto de espectadores que denominamos de público, a lançar-se no espaço efêmero e desconhecido do “entre”. Tampouco assim teremos a certeza da experiência, que pode ou não marcar com seus traços o processo da recepção.” (p.90, l.22)

“Destaco a fala da menina Am: “Tem teatros e circos tristes, tem teatros e circos engraçados. A maioria dos circos são engraçados, mas teatro tem tudo: tem gente triste, alegre, tem ação, de comédia”. Ela também se refere às possibilidades variadas de gêneros e estilos na linguagem teatral: comédias, tragédias, “peças de ação”. Enfim, por mais que se perceba uma expectativa de comicidade em ralação às experiências com a linguagem teatral, presentes na fala (...) de AM, entre tantas outras que posteriormente referirei, as crianças conhecem algumas variações que o teatro linguagem pode propiciar, tanto em forma como em efeitos causados nos espectadores, já que “alguns teatros fazem rir, outros chorar”.” (p.106, l.12)

“A título de conclusão, pode-se inferir que a escola (apresentada como principal comunidade de apropriação e de interpretação do teatro infantil) é uma das mediações mais recorrentes e ativas dentre as que atravessam e compõem a relação das crianças com a linguagem teatral. Além de ser considerada uma mediação institucional é parte componente do foco central deste estudo.” (p.113, l.14)


COMENTÁRIO RELAÇÃO: Recepção Teatral X Linguagem teatral na infância.


Taís Ferreira, pesquisadora, professora de artes cênicas e atriz de teatro infantil, analisa o importante papel das instituições escolares sobre o modo como crianças, desde pequenas, percebem, sentem e pensam sobre o teatro. Para compreendê-las, ela assiste aos espetáculos com elas, provoca-as a criarem imagens, a relacionarem o teatro a outras formas de espetáculos, como circo, TV e novelas. Entrelaçando exemplos dessas situações vividas, expõe, com sensibilidade e clareza, como acontecem os processos de recepção da linguagem teatral na infância e analisa o papel da escola, de pais e arte-educadores na escolha das peças teatrais e no acompanhamento de crianças e jovens a esses espetáculos. Trata de um estudo de recepção em que se investiga a relação de um grupo de crianças espectadoras com a linguagem teatral na contemporaneidade, tomando a escola como principal mediação entre as crianças e o teatro. Sendo assim, a autora, nos mostra um caminho para exercer a recepção teatral com crianças promovendo o entendimento desta linguagem artística cênica pelas mesmas.

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