LIVRO: A Escola
e o Teatro, O Teatro e a Escola
AUTORA: Taís Ferreira
BOLSISTA:
Liliane Pires
REFERENCIA:
CABRAL, Beatriz. Drama
Como Método de ensino. São
Paulo: Editora Hucitec: Edições Mandacaru, 2006. (pedagogia do Teatro)
FICHAMENTO
“Apresento assim os personagens, os cenários e
algumas das ações que instigam minhas vontades de pesquisar: o espaço que se
constrói entre as crianças espectadoras, o teatro e a escola. Neste triângulo
(não muito equilátero) reside o que poderia nomear como meu objeto de pesquisa.
No entanto, (...) Há no campo teatral traços do campo da educação, bem como as
crianças e suas (im)prováveis infâncias constituem e são constituídas também
por meio destes artefatos e práticas: da escola, da cultura, das histórias que
inventamos, naturalizamos e que tornamos verdades.” (p.11-12, l.30)
“Questões como a apreciação estética, a formação de
plateias ativas e conscientes e análise crítica dos espetáculos passam muito
longe do horizonte de expectativas da maioria dos professores e coordenadores
pedagógicos em relação ao teatro ao qual os alunos assistem e ao valor que
estas experiências podem ter na vivência destes.” (p.17, l.17)
“O didatismo e o cunho comercial de grande parte
das produções teatrais para crianças estão intimamente ligados, sendo que o
primeiro serve como legitimador do segundo.” (p.19, l.04)
“Assim sendo, ainda que o número de escolas com
professoras capacitados a trabalharem com teatro seja incipiente, a maioria das
crianças tem suas primeiras atuações nos ditos teatrinhos, durante o período em
que frequentam a educação infantil.” (p.22, l.33)
“O espetáculo teatral, não o tomo enquanto obra de
arte, ou acontecimento artístico, e sim com um produto cultural, veiculado em
uma linguagem específica (a linguagem teatral) e inserido em um circuito de
produção, circulação e consumo culturais.” (p.28, l.07)
“No caso do teatro infantil, pode-se inferir que a
comunidade de apropriação privilegiada das crianças espectadoras é a escola.
(...) Portanto, a escola apresenta-se, neste estudo de recepção teatral, como
uma mediação institucional e como a comunidade de apropriação.” (p.30, l.11)
“O desejo foi estar perto o suficiente para
perceber e sentir suas falas, palavras, desenhos, gestos e ações. Para que
pudesse correr os riscos da proximidade, surpreender-me com o banal, ver de
outros modos o já visto tantas vezes: crianças em relação com o teatro. Contar
a(s) história(s) de meu olhar pelo olhar das crianças espectadoras.” (p.39, l.21)
“Quando jogávamos, conversávamos e desenhávamos
sobre o teatro, narrando nossas experiências, nossos quereres, estávamos também
nos constituindo em relação ao teatro, tema central de nossos debates no curto
espaço-tempo em que convivemos.” (p.41, l.23)
“Entre mediações de referência, contextuais e
linguísticas, situacionais, institucionais e pessoais, pude listar as
principais mediações encontradas, um exercício que possibilitará ao leitor
visualizar melhor o material que será apresentado. Durante o estabelecimento
destes procedimentos de cunho analítico-metodológico, tive sempre a finalidade
central deste trabalho em mente: refletir acerca das experiências entre as
crianças espectadoras e a linguagem teatral, balizada pelas mediações que
interpolam e atravessam este espaço de co-autoria e de criação, que é o espaço
da recepção.” (p.49, l.20)
“No entanto, também é possível encaminhar algumas
reflexões no sentido de se perceber que, como se vem salientando ao longo deste
livro, a força e o cerne da linguagem teatral residem no contato direto entre
público e artistas, na relação praticamente corporal, na sensoriedade que se
estabelece no espaço entre eles.” (p.89, l.06)
“Devem o espetáculo e o teatro linguagem incitar o
espectador, e o conjunto de espectadores que denominamos de público, a
lançar-se no espaço efêmero e desconhecido do “entre”. Tampouco assim teremos a
certeza da experiência, que pode ou não marcar com seus traços o processo da
recepção.” (p.90, l.22)
“Destaco a fala da menina Am: “Tem teatros e circos
tristes, tem teatros e circos engraçados. A maioria dos circos são engraçados,
mas teatro tem tudo: tem gente triste, alegre, tem ação, de comédia”. Ela
também se refere às possibilidades variadas de gêneros e estilos na linguagem
teatral: comédias, tragédias, “peças de ação”. Enfim, por mais que se perceba
uma expectativa de comicidade em ralação às experiências com a linguagem
teatral, presentes na fala (...) de AM, entre tantas outras que posteriormente
referirei, as crianças conhecem algumas variações que o teatro linguagem pode
propiciar, tanto em forma como em efeitos causados nos espectadores, já que
“alguns teatros fazem rir, outros chorar”.” (p.106, l.12)
“A título de conclusão, pode-se inferir que a
escola (apresentada como principal comunidade de apropriação e de interpretação
do teatro infantil) é uma das mediações mais recorrentes e ativas dentre as que
atravessam e compõem a relação das crianças com a linguagem teatral. Além de
ser considerada uma mediação institucional é parte componente do foco central
deste estudo.” (p.113, l.14)
COMENTÁRIO
RELAÇÃO: Recepção Teatral X Linguagem teatral na
infância.
Nenhum comentário:
Postar um comentário