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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Artigo: Teatro, conjunto de signos.

Teatro, conjunto de signos.

Palavras chaves: Teatro, educação e artes técnicas.


Acreditando que o teatro é um conjunto de signos e que se fazem necessários conhecê-los antes mesmo de trabalharmos com jogos, exercícios e encenações, e ao mesmo tempo não esquecendo que nem todas as pessoas têm aptidão, e que está, pode ser ocasionada muitas vezes por timidez para a exposição, busco assim uma forma de encaixar todos os alunos dentro do mesmo processo.  Então procurei faze-los entender que está em cena não é apenas está na posição do ator.  Trago o esclarecimento sobre outras artes técnicas que compõe o espetáculo, mesmo estando nos bastidores. Estes profissionais são o cenógrafo, o maquiador, o figurinista, o iluminador, o sonoplasta, o produtor e o diretor e que todos eles são auxiliados por uma equipe. 
Proponho aos alunos do 1º ano da turma 1M12 do Colégio Estadual Odorico Tavares, localizado em Salvador, durante a primeira unidade, um estudo sobre esses elementos e a importância de cada um ensinando-os de forma separada. O objetivo maior dessa pesquisa é propor conhecer o funcionamento interno da construção do espetáculo sem quebrar os mistérios e encantos que a cena propõe.
Comecei o roteiro abordando a importância das cores para os elementos da cena. A combinação de cores, o circulo cromático, cor luz e cor pigmento, temperatura das cores, representação das cores, como pensar a cor dentro de uma estética. Usei um vídeo para citar como estes diretores pensaram sobre suas referencias visuais. E explicando que, se no teatro, as artes técnicas são interligadas, a comunicação entre os profissionais dentro de um processo torna-se de fundamental importância para que haja harmonia no processo. A escolha de cores é um dos pontos fundamentais nesses diálogos. E tudo deve ser regido pelo diretor ou encenador que esta na função de condutor do projeto.
Primeiro passo foi apresentar uma maquete de um teatro com convenção de palco italiano onde estava contido, pernas, rotunda, ciclorama, boca de cena, proscênio, palco e até indicações de camarim  além de um esclarecimento sobre a coxia. Num segundo momento foram conduzidos ao teatro Martin Gonçalves que funciona dentro da Universidade Federal da Bahia para conhecer pessoalmente um teatro, pois 95% dos alunos nunca tinham ido a um teatro antes.  A maquete apresentada anteriormente era um protótipo desse espaço, isso facilitou a identificação dos elementos.
A partir dessa visita, comecei a abordar os elementos da cena um a um a cada aula. Primeiro foi à vez do cenário. Que vem a ser o ambiente onde o personagem transita e onde ele irá habitar. Explicar a diferença entre o ator e o personagem foi um ponto esclarecido no começo da aula para diferenciarmos o cenário como espaço real e espaço imaginários. Vários exemplos foram citados inclusive de espaços comuns na nossa cidade  que vem a ser reproduzidos nas telenovelas e minisséries.
Falamos que a cenografia é a composição de um espaço tridimensional_ lugar teatral. Chamamos de lugar Teatral  o lugar onde é apresentado o espetáculo teatral e onde se estabelece uma relação cena/público. (MANTIVANI, Ana.
Segunda aula foi a vez do figurino ao qual pode relaciona-lo com a moda. Busquei na história do teatro modelos da Grécia Antiga,  onde muitos estilista se inspiram para os badalados modelitos  atuais.   Expliquei-lhes que uma peça de roupa ou um acessório pode revelar o ambiente especifico acontecerá ou mesmo o contexto da história a qual este está inserido.
Na terceira aula abordamos a maquiagem dentro de varias estética. Busquei estilos diferentes para citar, como o clow, o realista envolvendo a maquiagem social e um absurdo onde podemos expressar através desta o contexto. A maquiagem pode propor efeitos ilusórios fantásticos.
Na quarta e quinta aula abordamos a iluminação, objeto da minha pesquisa na conclusão do curso, dentro de uma aula muito mais teórica que as outras  e acoplada a esta, a aula sobre a história do teatro, pois falar sobre  um é falar sobre o outro. Como tudo surgiu? Tudo surgiu dentro do nosso conhecimento da história do teatro na Grécia Ocidental com o culto a Dionísio (para os Gregos) ou Baco (para os Romanos), deus dos ciclos vitais, da alegria e do vinho a partir dos festivais dionisíacos, época que  registra o surgimentos dos  primeiros grandes texto que são “as   tragédias gregas”  e seus autores, marca também  o surgimento do primeiro ator, além do primeiro espaço que existe até dias atuais e visitado por milhões de pessoas do mundo inteiro. E relacionado a tudo isso, a fonte de luz natural “o sol” pois, os espetáculos aconteciam durante o dia e eles apenas  usavam as tochas de fogo para  representar da noite. Depois quando optaram por transferir as encenações para espaços fechados utilizam as velas e os candeeiros até o surgimento da eletricidade e das primeiras lâmpadas incandescentes criadas por Thomas Edson. A iluminação é um show a parte. Propõe a cena muitos recursos. É usada para delimitar um espaço, climatizar a espetáculo, trás a ideia de passagem de tempo e ambiente, cria uma ilusão através de seus efeitos dentre outras funções.
Quando se fala, por exemplo, em um quadro de um pintor famoso, pensamos nas ferramentas por ele utilizadas para a conclusão de sua obra e vislumbramos os pinceis e as tintas e para conseguir a obrar., o bom gosto e a arte do pintor. A obra será tanto melhor quanto maior e melhor for à sensibilidade de quem está criando. Então podemos dizer que em iluminação também existem os artistas. Quando fazemos essa comparação, temos que, numa analogia,  pensar que o pincel é a luminária e que as tintas é a luz produzida pela  lâmpada(...) ( SILVA, Mauri Luiz da.)

Busquei uma metodologia agradável, além do discurso verbal, também utilizei vídeos, recortes e busquei adentrar no universo dos alunos de forma que tornasse mais compreensivo o aprendizado. Então formei equipes, adotei o texto “A bruxinha que era boa” de autoria de Maria Clara Machado, usei como pretexto para explorar bastante o tema um resumo do filme de Helrry Ponter “A pedra filosofal”  os livros “As férias da Bruxa Onilda” e  “As memorias da bruxa Onilda”  ambas de autoria de R. Capdevila e E. Larreula então propus a construção de cenários e figurinos baseados em tudo que foi visto até aquele momento, para confecção destes elementos e que pudéssemos adotar a sustentabilidade pela preservação do meio ambiente, por questões econômicas e educacionais e pelas muitas possibilidades de recursos e pelo poder criativo de cada individuo. Além do desenvolvimento cognitivo. Também foi solicitada por grupo uma redação sobre o processo criativo.
O que foi solicitado em comum para todas as equipes, foi apenas que levasse uma caixa de papelão pequena, onde seria construído o cenário. Já o material que seria usado para construir essa maquete, era de livre escolha dos grupos. Cada equipe levaria seus materiais de acordo com a estética adotada por eles de acordo com seus desejos.  Tudo foi construído em sala de aula com empolgação e euforia.  Usamos quatro aulas durante todo o processo prático. Os resultados foram maravilhosos. Confeccionaram vestidos estilosos para as fadas e capas para os bruxos com sacos plásticos, jornais, garrafas petis  e as tampas destas, folhas secas, pedaços de tecidos, isopor e etc. As maquetes eram verdadeiras obras de arte. Propus também que realizássemos uma exposição para mostrar a todos os alunos de outras classes o resultado deste processo com o objetivo de propagar a arte, atrair outros olhares e de estimular o real interesse pela arte e trabalhar a tríade (artista, obra e espectador).



Graduanda no curso de licenciatura em teatro pela UFBA, arte educadora, pesquisadora e estagiaria pelo PIBID. Atriz, iluminadora DRT 3424.


Referencias Bibliográficas:

Berthold, Margot. História do teatro. Editorra Pespectiva. São Paulo, 2001
DESGRANGES, Flávio. A pedagogia do teatro: provocação e dialogismo. São Paulo:
Hucitec: Edições Mandacaru, 2006.
Roubine, Jean Jacques. A linguagem da encenação teatral. Zahar Torres Rio de Janeiro, 1966
Silva, Mauri Luiz da. Luz, Lâmpadas e Iluminação. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna 3ª edição, 2004.
Camargo, Roberto Gill. Conceitos de iluminação cênica. Rio de Janeiro: Música e tecnologia, 2012.
Simões, Cibele Forjaz. A iluminação cênica como instrumento de visibilidade, ‘Scriptura do visível’. São Paulo, 2008. (Dissertação de mestrado)
Mantovani, Ana. Cenografia.  São Paulo. 1989Editora Ática
RATTO, Gianni. Antitratado de Cenografia: variações sobre o mesmo tema. São Paulo: SENSC São Paulo, 1999.
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento; tradução Eloá Jacobina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.



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