Teatro,
conjunto de signos.
Palavras
chaves: Teatro, educação e artes técnicas.
Acreditando
que o teatro é um conjunto de signos e que se fazem necessários conhecê-los
antes mesmo de trabalharmos com jogos, exercícios e encenações, e ao mesmo
tempo não esquecendo que nem todas as pessoas têm aptidão, e que está, pode ser
ocasionada muitas vezes por timidez para a exposição, busco assim uma forma de
encaixar todos os alunos dentro do mesmo processo. Então procurei faze-los entender que está em
cena não é apenas está na posição do ator.
Trago o esclarecimento sobre outras artes técnicas que compõe o
espetáculo, mesmo estando nos bastidores. Estes profissionais são o cenógrafo,
o maquiador, o figurinista, o iluminador, o sonoplasta, o produtor e o diretor
e que todos eles são auxiliados por uma equipe.
Proponho
aos alunos do 1º ano da turma 1M12 do Colégio Estadual Odorico Tavares,
localizado em Salvador, durante a primeira unidade, um estudo sobre esses
elementos e a importância de cada um ensinando-os de forma separada. O objetivo
maior dessa pesquisa é propor conhecer o funcionamento interno da construção do
espetáculo sem quebrar os mistérios e encantos que a cena propõe.
Comecei
o roteiro abordando a importância das cores para os elementos da cena. A
combinação de cores, o circulo cromático, cor luz e cor pigmento, temperatura
das cores, representação das cores, como pensar a cor dentro de uma estética.
Usei um vídeo para citar como estes diretores pensaram sobre suas referencias
visuais. E explicando que, se no teatro, as artes técnicas são interligadas, a
comunicação entre os profissionais dentro de um processo torna-se de
fundamental importância para que haja harmonia no processo. A escolha de cores
é um dos pontos fundamentais nesses diálogos. E tudo deve ser regido pelo
diretor ou encenador que esta na função de condutor do projeto.
Primeiro
passo foi apresentar uma maquete de um teatro com convenção de palco italiano
onde estava contido, pernas, rotunda, ciclorama, boca de cena, proscênio, palco
e até indicações de camarim além de um
esclarecimento sobre a coxia. Num segundo momento foram conduzidos ao teatro
Martin Gonçalves que funciona dentro da Universidade Federal da Bahia para
conhecer pessoalmente um teatro, pois 95% dos alunos nunca tinham ido a um
teatro antes. A maquete apresentada
anteriormente era um protótipo desse espaço, isso facilitou a identificação dos
elementos.
A
partir dessa visita, comecei a abordar os elementos da cena um a um a cada
aula. Primeiro foi à vez do cenário. Que vem a ser o ambiente onde o personagem
transita e onde ele irá habitar. Explicar a diferença entre o ator e o
personagem foi um ponto esclarecido no começo da aula para diferenciarmos o
cenário como espaço real e espaço imaginários. Vários exemplos foram citados
inclusive de espaços comuns na nossa cidade
que vem a ser reproduzidos nas telenovelas e minisséries.
Falamos que a cenografia é a
composição de um espaço tridimensional_ lugar teatral. Chamamos de lugar
Teatral o lugar onde é apresentado o
espetáculo teatral e onde se estabelece uma relação cena/público. (MANTIVANI,
Ana.
Segunda
aula foi a vez do figurino ao qual pode relaciona-lo com a moda. Busquei na
história do teatro modelos da Grécia Antiga,
onde muitos estilista se inspiram para os badalados modelitos atuais.
Expliquei-lhes que uma peça de roupa ou um acessório pode revelar o ambiente
especifico acontecerá ou mesmo o contexto da história a qual este está
inserido.
Na
terceira aula abordamos a maquiagem dentro de varias estética. Busquei estilos
diferentes para citar, como o clow, o realista envolvendo a maquiagem social e
um absurdo onde podemos expressar através desta o contexto. A maquiagem pode
propor efeitos ilusórios fantásticos.
Na
quarta e quinta aula abordamos a iluminação, objeto da minha pesquisa na
conclusão do curso, dentro de uma aula muito mais teórica que as outras e acoplada a esta, a aula sobre a história do
teatro, pois falar sobre um é falar
sobre o outro. Como tudo surgiu? Tudo surgiu dentro do nosso conhecimento da
história do teatro na Grécia Ocidental com o culto a Dionísio (para
os Gregos) ou Baco (para os Romanos), deus dos ciclos
vitais, da alegria e do vinho a partir dos festivais dionisíacos, época que registra o surgimentos dos primeiros grandes texto que são “as tragédias gregas” e seus autores, marca também o surgimento do primeiro ator, além do
primeiro espaço que existe até dias atuais e visitado por milhões de pessoas do
mundo inteiro. E relacionado a tudo isso, a fonte de luz natural “o sol” pois,
os espetáculos aconteciam durante o dia e eles apenas usavam as tochas de fogo para representar da noite. Depois quando optaram
por transferir as encenações para espaços fechados utilizam as velas e os
candeeiros até o surgimento da eletricidade e das primeiras lâmpadas
incandescentes criadas por Thomas Edson. A iluminação é um show a parte. Propõe
a cena muitos recursos. É usada para delimitar um espaço, climatizar a
espetáculo, trás a ideia de passagem de tempo e ambiente, cria uma ilusão
através de seus efeitos dentre outras funções.
Quando se fala, por exemplo,
em um quadro de um pintor famoso, pensamos nas ferramentas por ele utilizadas
para a conclusão de sua obra e vislumbramos os pinceis e as tintas e para
conseguir a obrar., o bom gosto e a arte do pintor. A obra será tanto melhor
quanto maior e melhor for à sensibilidade de quem está criando. Então podemos
dizer que em iluminação também existem os artistas. Quando fazemos essa
comparação, temos que, numa analogia,
pensar que o pincel é a luminária e que as tintas é a luz produzida
pela lâmpada(...) ( SILVA, Mauri Luiz da.)
Busquei
uma metodologia agradável, além do discurso verbal, também utilizei vídeos,
recortes e busquei adentrar no universo dos alunos de forma que tornasse mais
compreensivo o aprendizado. Então formei equipes, adotei o texto “A bruxinha
que era boa” de autoria de Maria Clara Machado, usei como pretexto para
explorar bastante o tema um resumo do filme de Helrry Ponter “A pedra
filosofal” os livros “As férias da Bruxa
Onilda” e “As memorias da bruxa Onilda” ambas de autoria de R. Capdevila e E. Larreula
então propus a construção de cenários e figurinos baseados em tudo que foi
visto até aquele momento, para confecção destes elementos e que pudéssemos
adotar a sustentabilidade pela preservação do meio ambiente, por questões
econômicas e educacionais e pelas muitas possibilidades de recursos e pelo
poder criativo de cada individuo. Além do desenvolvimento cognitivo. Também foi
solicitada por grupo uma redação sobre o processo criativo.
O
que foi solicitado em comum para todas as equipes, foi apenas que levasse uma
caixa de papelão pequena, onde seria construído o cenário. Já o material que
seria usado para construir essa maquete, era de livre escolha dos grupos. Cada
equipe levaria seus materiais de acordo com a estética adotada por eles de
acordo com seus desejos. Tudo foi
construído em sala de aula com empolgação e euforia. Usamos quatro aulas durante todo o processo
prático. Os resultados foram maravilhosos. Confeccionaram vestidos estilosos
para as fadas e capas para os bruxos com sacos plásticos, jornais, garrafas
petis e as tampas destas, folhas secas,
pedaços de tecidos, isopor e etc. As maquetes eram verdadeiras obras de arte.
Propus também que realizássemos uma exposição para mostrar a todos os alunos de
outras classes o resultado deste processo com o objetivo de propagar a arte,
atrair outros olhares e de estimular o real interesse pela arte e trabalhar a
tríade (artista, obra e espectador).
Graduanda no curso de
licenciatura em teatro pela UFBA, arte educadora, pesquisadora e estagiaria
pelo PIBID. Atriz, iluminadora DRT 3424.
Referencias Bibliográficas:
Berthold,
Margot. História do teatro. Editorra
Pespectiva. São Paulo, 2001
DESGRANGES,
Flávio. A pedagogia do teatro: provocação e dialogismo. São Paulo:
Hucitec:
Edições Mandacaru, 2006.
Roubine,
Jean Jacques. A linguagem da encenação teatral. Zahar Torres Rio de
Janeiro, 1966
Silva,
Mauri Luiz da. Luz, Lâmpadas e Iluminação. Rio de Janeiro: Editora
Ciência Moderna 3ª edição, 2004.
Camargo,
Roberto Gill. Conceitos de iluminação cênica. Rio de Janeiro: Música e
tecnologia, 2012.
Simões,
Cibele Forjaz. A iluminação cênica como
instrumento de visibilidade, ‘Scriptura do visível’. São Paulo, 2008.
(Dissertação de mestrado)
Mantovani,
Ana. Cenografia. São Paulo. 1989. Editora Ática
RATTO,
Gianni. Antitratado de Cenografia: variações sobre o mesmo tema. São Paulo:
SENSC São Paulo, 1999.
MORIN,
Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento;
tradução Eloá Jacobina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
Nenhum comentário:
Postar um comentário