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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Fichamento



Avaliação processual da aprendizagem e regulação pedagógica no Brasil: implicações no cotidiano docente.


Como a escola no Brasil é de tempo parcial e a remuneração do professor é baixa ele necessita manter vínculos com outras instituições escolares para complementar a renda. Neste sentido, a escola de tempo integral e o professor de dedicação exclusiva são apontados como pré-requisitos para o desenvolvimento pleno de modelos avaliativos processuais.” (p.13)

“Se a avaliação passa de reguladora do processo cognitivo à simples constatadora de resultados, impossibilita a docentes e discentes o direito de conhecer seguramente as condições de aprendizagem presentes naquele contexto, bem como a capacidade de alterar e transformar essas condições.” (p.14)

“Devido ao contexto no qual estão inseridas, a avaliação formativa e a pedagogia diferenciada da qual participa, chocam-se com obstáculos materiais e institucionais numerosos: o efetivo das turmas, a sobrecarga dos programas e a concepção dos meios de ensino e das didáticas, que quase não privilegiam a diferenciação.” (p.16)

“Compreender que a avaliação segue etapas que respeitam o desenvolvimento intelectual dos educandos é o primeiro passo para torná-la uma ação essencialmente reguladora e transformadora do sujeito avaliado.” (p.17)

“Não se avalia para atribuir nota, conceito ou menção, como se faz atualmente no Brasil. Deve-se avaliar para promover a aprendizagem do aluno.”

“Independentemente do sistema público ou privado ela está moldada para possibilitar a padronização de resultados e comportamentos considerados adequados para o formato de sociedade em que as instituições escolares estão inseridas.” (p.21)

“[...] ao invés de usar a avaliação apenas como uma maneira de classificar, aprovar ou reprovar os alunos, esta deve ser usada para informar o aluno sobre a sua capacidade e informar o professor sobre o quanto está sendo aprendido.” (p.23)

“Aqui não tem semana de avaliação, onde a criança é avaliada só naquele momento. Nossa avaliação é diária, todos os dias, ainda mais porque é uma escola onde não se avaliam só conteúdos, que avalia também atitudes, os relacionamentos, como se convive, como se respeita o outro, em todos os momentos estamos avaliando isso.” (p.28)


Comentário:

O texto aborda uma temática bastante complexa, que é a avaliação. Pode parecer simples ao primeiro momento quando se ouve falar de avaliação, pois infelizmente, muitos professores ainda tem a ideia de que avaliar é aplicar a prova e dar uma nota, a partir do que o aluno acertou ou errou em relação as questões e aos conteúdos da prova. Mas a avaliação que é tratada no texto vai justamente de encontro a esse modelo de avaliação que é aplicado nas nossas escolas tanto de ensino público quanto privado. O autor questiona e problematiza nosso atual modelo de avaliação, apresentando uma proposta inovadora de avaliar, que é a avaliação processual ou emancipadora. Esse tipo de avaliação prevê uma prática mais dialógica e mediadora da avaliação que o professor faz sobre seu aluno, no diagnostico dos eventuais problemas durante o percurso da aprendizagem, podendo assim buscar possíveis caminhos e soluções para um melhor processo de ensino/aprendizagem. Ao meu ver esse tipo de avaliação se caracteriza de uma forma muito mais democrática e eficaz no processo educacional, pois ela abandona a ideia classificatória da avaliação, o que engloba um processo de decoração de conteúdos e reprodução dos mesmos, trazendo uma prática diária de avaliar não só o aprendizado referentes aos conteúdos programáticos, mas as relações entre todos os envolvidos como alunos, professores, pais, escola etc. Apesar de se constituir como um modelo bastante inovador e revolucionário no ato de avaliar, essa proposta esbarra em alguns problemas que o nosso sistema de ensino enfrenta. Esses problemas estão atrelados à falta de estrutura das escolas, a quantidade de alunos por turma, ao baixo salário do professor, que consequentemente o faz ter que trabalhar em diversas escolas, não tendo assim o professor de dedicação exclusiva, a prestação de contas dos resultados por parte das instituições para o MEC, que é feito no formato de notas e/ou conceitos etc. Dessa forma, praticar a avaliação processual se torna uma tarefa árdua, mas não impossível. Como o próprio texto trouxe, existem escolas que praticam ou que buscam outro formato de avaliação e para isso foi necessário toda uma mudança de pensamento, que começou a partir do Plano Pedagógico, perpassando pela postura dos professores e alunos com relação ao processo de avaliação.  Então, a avaliação processual ou emancipadora é sem dúvidas uma metodologia essencial e importante na qualificação do ensino nas escolas brasileiras, pois além de informar, dialogar e refletir o processo de aprendizagem do aluno, existe uma construção mútua entre educador e educando. 

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